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terça-feira, 16 de junho de 2015

Criado em Campinas um aplicativo (Ludwig) para surdos ouvirem música

Posted: 15 Jun 2015 06:59 PM PDT

Aplicativo criado por campineiros auxilia pessoas com deficiência auditiva a ouvir música


Aplicativo criado por campineiros auxilia  pessoas com deficiência auditiva a ouvir música
(imagem - foto do aplicativo Ludwig na tela de um tablet, publicada pela matéria, com os dispositos que parecem um teclado de piano com cores diferentes em barra no fim delas)

Depois de se conhecerem em um curso de desenvolvimento de aplicativos, os campineiros Raphael Silva, 23, e Ivan Ortiz, 29, decidiram unir a programação à paixão em comum pela música para ensinar teoria musical para surdos. Deste encontro, nasceu o Ludwig, projeto de um aplicativo ainda em elaboração que usa imagens e vibração para tentar transmitir a experiência de ouvir música para pessoas que têm deficiência auditiva.

O aplicativo começou da melhor forma, quando foi exibido na semana passada pela Apple na abertura de seu congresso para desenvolvedores, em San Francisco nos Estados Unidos, de forma a demonstrar como esses pequenos softwares têm potencial para mudar o mundo.

Outras ferramentas brasileiras para pessoas com deficiência têm recebido distinções de grandes empresas como Microsoft e Google e de órgãos como a ONU. E o número de usuários não é desprezível. O Ludwig, cujo nome homenageia Beethoven (que compôs mesmo surdo em grande parte da vida), começará a ser oferecido gratuitamente até o final deste ano, com uma pulseira vibratória que será vendida por um preço ainda não definido.

Raphael Augusto da Silva, de 23 anos, surpreendeu ao aparecer no vídeo que homenageou os desenvolvedores, durante a palestra de Tim Cook. “Esse sentimento fantástico que a música me proporciona, eu quero que todos sintam. Mesmo os que não podem ouvir”. Com essa frase, no vídeo exibido no telão, Raphael apresentou seu Ludwig para toda a comunidade Apple.

Os protótipos do aparelho, que vibra em frequências diferentes conforme a nota tocada na interface (um piano virtual), foram construídos manualmente pelos desenvolvedores e já testados por surdos. "Um dos meninos, que é de uma família de músicos, mas não ouve desde os três anos, disse que a experiência era mesma de quando seu irmão tentou lhe ensinar violão", diz o idealizador Ortiz, que conta que a inspiração ocorreu a partir de um grupo de surdos da igreja de que faz parte.
Sabia que eles tinham contato com a música por meio da vibração, então discuti a ideia com meu primo, um intérprete de Libras [língua brasileira de sinais]". A partir daí, começaram a fazer os primeiros testes. Agora, Raphael diz que está organizando o grande número de propostas de parceria e de investimento que recebeu durante o evento da Apple. "Ainda vamos decidir qual estratégia financeira vamos adotar."

Segundo o Censo de 2010, quase um quarto (23,9% ou 45,6 milhões) da população brasileira diz ter algum tipo de deficiência, dos quais 9,7 milhões (5,1%) são parcial ou totalmente surdos.