Minha lista de blogs

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Prova de "xix": desafiadora ou facilitadora?

Prova de "xix": desafiadora ou facilitadora?



Muitos bons alunos não se saem bem em provas de múltipla escolha e outros nem tão bons obtêm resultados excelentes. Quando se opta por uma prova de múltipla escolha deve-se tomar cuidado para não deixar as respostas tão óbvias que o aluno consiga resolver sem muito conhecimento, nem tão cheias de armadilhas onde até o aluno mais preparado possa cair.

"Pegadinhas” devem ser evitadas ao máximo, a não ser que o assunto tenha sido bem divulgado e debatido em sala antes da prova, porque podem induzir o aluno ao erro, mesmo que ele domine a matéria, e o que se quer avaliar com a prova é o conhecimento apreendido acerca do tema/conteúdo.

De forma geral as provas das escolas e universidades mais renomadas têm duas alternativas que podem ser eliminadas de cara se o aluno tiver um bom conhecimento, e duas que exigirão um grau maior de atenção. Ao preparar uma prova de múltipla escolha o professor deverá observar essa proporção para evitar surpresas desagradáveis quando for corrigi-las e contestações de alunos, pais e direção da instituição.

Outro item que deve merecer muito cuidado na hora da elaboração desse tipo de prova é o enunciado das questões, porque este deve ficar muito claro para o aluno o que se espera que ele desenvolva. Provas com enunciados confusos ou dúbios costumam produzir notas baixas e alunos insatisfeitos e frustrados com o próprio rendimento.

Uma prova de múltipla escolha com cinco alternativas dá ao aluno 20% de chance de acertar, se o mesmo optou pelo "chute", por desconhecer a matéria. Também é a chance que tem aquele aluno disciplinado e bem preparado que "deu de cara" com uma prova de enunciado confuso ou dúbio. Quatro alternativas aumenta a chance para 25%, no entanto esse tipo de prova tem sido motivo de chacota e de comentários jocosos pelos alunos e professores em função de algumas distorções ideológicas e de princípios acerca de avaliações e provas em algumas instituições não tão sérias.

A técnica do chute consiste basicamente em analisar racionalmente as alternativas da questão. Os critérios mais importantes a serem analisados são:



» divergências;

» estatística;

» semelhanças;

» eliminação de hipóteses absurdas; e

» a eliminação das respostas generalizadoras.



As menos importantes e que usaremos em último caso será o “critério da letra A” e a “cara do cartão de respostas”. Vamos falar sobre cada um. Trabalharemos com probabilidades, ou seja, tendência, chance e tentativa de acerto. Nem sempre a resposta certa será a que a técnica indicar.



Divergências

Podemos ter assuntos controvertidos numa questão, principalmente as de Humanas: História e Geografia. Essas disciplinas podem ter abordagens diferenciadas segundo a convicção político ideológico doutrinária do autor.

A técnica, nesse caso, consiste em chutar segundo o que pensa a banca examinadora e a bibliografia indicada por ela.

As técnicas mais importantes são as citadas. Ainda assim, se tudo o mais falhar, ainda temos duas dicas, porém bem menos confiáveis. Só as use em último caso, se as técnicas acima não puderem ser aplicadas ou como confirmação delas.



Estatística

A tendência é que no rol de respostas, um elemento correto esteja repetido várias vezes. A intenção do examinador é não facilitar a vida do candidato. Não fosse assim, bastaria identificar o tal elemento correto e pronto, mataríamos a questão.



Exemplo:


A ( ) papel e pedra
B ( ) tesoura e pedra
C ( ) papel e pau
D ( ) papel e tesoura
E ( ) tesoura a algodão



Repare que a resposta que mais se repete é “papel e tesoura”, por isso a resposta “D” tende a ser a mais correta.



Semelhança

Quando duas ou mais respostas assemelham-se muito, a tendência é que uma delas seja a correta. Aqui a intenção da banca é confundir quem sabe um pouco mais.



Exemplo:


A ( ) 15,5
B ( ) 16,7
C ( ) 18,5
D ( ) 19,5
E ( ) 19,7



A tendência é que a D ou E sejam as corretas. Repare também que aplicando o critério da estatística (acima) a tendência é confirmada: D ou E por causa do “19,” e D por causa do “,5″.



Eliminação das hipóteses absurdas

Acreditamos que esta seja a mais utilizada. Nas questões, pelo menos uma das respostas é absurda. Eliminando-se uma resposta absurda numa prova com quatro alternativas, a probabilidade de acerto sobe de 25% para 33%. Eliminando mais uma, sobe para 50%!

A técnica consiste em desconfiar de tudo que atente contra a lógica, os princípios ou o bom senso. Aquela resposta não lhe parece bem? Soa mal ou sente que está esquisito? Você pode estar certo. Essa resposta tende a estar errada.



Eliminação das generalizadoras

Cuidado com as respostas que generalizam sobre algum assunto. Como diz o ditado, “toda regra tem sua exceção”. Então se for chutar, elimine as alternativas com palavras que não abram espaços para exceções. Veja alguns exemplos:



todo(a)(os)(as), tudo, total, totalmente, completo, completamente, só, somente, pleno, plenamente, incondicional, incondicionalmente, simplesmente, puramente, integral, integralmente, ocasional, ocasionalmente, definitivamente, nenhum(a), ninguém, nunca, perfeitamente, sempre, sem exceções, jamais



Como dito antes, eliminando-se uma resposta numa prova com quatro alternativas, sua probabilidade de acerto sobe de 25% para 33%. Eliminando duas, sobe para 50%!



A letra “A”

Como é a primeira opção, o examinador tende a colocar a resposta certa em outras alternativas, para não apresentá-la logo de cara. Na letra "A" banca gosta de colocar as respostas “cascas de banana”.

Então, quando não souber a resposta e for chutar, e as técnicas mais confiáveis não funcionarem, você pode evitar a letra "A".



A cara do cartão de respostas

O examinador também tende a não colocar todas as respostas na mesma letra. Senão o candidato que chutasse todas as questões numa determinada letra, se estivesse com sorte, seria aprovado. Logo, se olhando para o cartão de respostas reparar um menor número de uma das letras, mais chance existe de a resposta ser essa letra.

Por exemplo, você está em dúvida entre a B e a C. Mas, olhando para o cartão de respostas, você vê que as duas questões anteriores e também nas duas posteriores você marcou B. Então você pode tentar na C. Ou então a maioria das respostas são A, C e D. Existe uma probabilidade que a outra seja B. Mas atenção: só use essa técnica em último caso!



Sabendo que existem essas técnicas os componentes da banca não poderiam seu comportamento?
Pode! Mas é muito difícil. Primeiro porque ela tem que levar em consideração a média das pessoas; Segundo porque, se não seguir as regras acima, estará facilitando a vida de quem sabe alguma coisa. Ou seja, o examinador não tem muita saída.

Então, não subestime a técnica do chute. Ela é uma atividade tão inteligente quanto estudar e responder, e é uma ferramenta que pode te diferenciar dos demais candidatos. Esteja preparado também para, quando tudo o mais falhar, ter essa carta na manga quando for marcar o X.



Características das provas objetivas e discursivas:



Provas Objetivas (múltipla escolha)



Neste tipo de avaliação é admitida uma única resposta, sendo o seu julgamento impessoal, permitindo, assim, uma correção justa e imparcial. A grande vantagem desse tipo de prova é que ela pode ser corrigida por qualquer pessoa que tenha o gabarito, sem que seu resultado seja alterado, e os alunos têm o retorno do desempenho (notas) mais rápido. Também é vantajosa para o professor, haja vista ser de correção mais rápida e menos trabalhosa, ocupando menos seus momentos de descanso semanal.



Dentre as várias formas de elaboração de questões objetivas, as mais usuais são:

– Falso/verdadeiro ou certo/errado;

– Lacuna ou completamento;

– Associação;

– Múltipla escolha;

– Pergunta direta;

– Identificação; e

– Ordenação



Provas Discursivas



Neste tipo de prova o aluno tem plena liberdade de expressão no conteúdo de suas respostas, o que sempre o leva a contestar a correção do professor, tentando "espremer" uma nota maior do que aquela aferida. Por isso, o professor deverá estabelecer critérios de correção bem claros, elaborar um gabarito padrão oficial com os conceitos e argumentos mínimos esperados na resposta do aluno, prevendo, inclusive, variações nas respostas.




http://www.sol.eti.br/imagens_divertidas

Assim, o Instrutor deve estabelecer critérios de correção, prevendo, inclusive, variações nas respostas. O ideal seria a construção de uma resposta-padrão com os elementos mínimos e máximos esperados na resposta do aluno, prevendo, para cada um dos conjunto de elementos o valor a ser atribuído.

É aquela onde cada questão permite ao aluno plena liberdade de expressão no conteúdo de suas respostas, devendo o Instrutor estabelecer os critérios de correção (barema) ou então deverá encontrar absurdos (as vezes com alguma lógica - veja ao lado).

Como medida exclusiva do aproveitamento do aluno, esse tipo de prova exige o estabelecimento de um critério de julgamento justo e imparcial para a resposta de suas questões.



Assim, o Instrutor deve estabelecer critérios de correção (barema), prevendo, inclusive, variações nas respostas.



Sugestão de enunciado: Responda as perguntas abaixo.





1- Cuidados na elaboração de uma prova discursiva



Quando uma questão for extensa ou complexa , o Instrutor deve subdividi-la em várias proposições;

Enunciado da questão deve ser objetivo a fim de que o aluno NÃO tenha nenhuma dúvida; e

A interpretação NÃO pode fazer parte da questão , pois o Instrutor irá corrigir de acordo com a sua interpretação e NÃO com a do aluno.

O instrutor deve se esquivar de tecer comentários acerca do desempenho do aluno (escrito ou falado), limitando-se apenas a aceitá-la ou não.




http://www.sol.eti.br/imagens_divertidas




2- Cuidados na correção de uma prova discursiva



Se a resposta fugir dos moldes previstos e estiver certa, considerá-la como tal;

Critério deve ser igual para todos. Para tal, o Instrutor deve corrigir a mesma questão de todos os alunos, em seguida;

Se as respostas indicarem deficiências nas instruções ou no enunciado da questão, o Instrutor deve anular esta questão; e

Caso anterior somente deverá ser considerado quando um número significativo de alunos NÃO entender o enunciado.


Sugestão de prova discursiva


FUVEST 2007 - QUESTÃO 07 DE GEOGRAFIA



Além do conceito de Plataforma Continental, do ponto de vista geomorfológico, temos também o conceito de Plataforma Continental "Jurídica". O desenho ao lado mostra um dos critérios possíveis para a delimitação da Plataforma Continental "Jurídica" no Brasil.

a) Caracterize a Plataforma Continental, do ponto de vista geomorfológico. Justifique a sua importância econômica para o Brasil.

b) Discorra sobre a importância da Plataforma Continental "Jurídica", considerando a exploração do subsolo marinho.

Resposta esperada. Correção feita pelos professores do Cursinho Objetivo (Disponível em UOL)

a) A plataforma continental é um prolongamento da faixa costeira a partir da deposição sedimentar resultante do processo erosivo do relevo costeiro e do deságüe dos rios que carreiam sedimentos resultantes da ação de desgaste no interior do território. A plataforma continental estende-se desde a elevação continental até o talude, encosta abrupta que desaba o relevo na direção da zona abissal ou leito marinho, passando pelo subsolo marinho continental.

A importância econômica da plataforma continental brasileira está nas atividades como a pesca e a exploração de petróleo e gás natural. A pesca é favorecida pelas condições de piscosidade das águas rasas, com luminosidade, temperatura e salinidade favoráveis ao processo de formação das cadeias alimentícias e reprodutivas. O petróleo, recurso energético resultante da decomposição de animais marinhos e vegetais em bacias sedimentares em mares rasos, é potencial em plataformas continentais. O Brasil tem sua maior produção petrolífera (em torno de 80%) na Bacia de Campos, plataforma continental do litoral fluminense. Essa exploração é possível graças à adoção da zona econômica exclusiva (ZEE) do mar territorial em 200 milhas a partir da linha costeira.


b) O manual técnico da convenção das Nações Unidas para a legislação sobre o mar, de 1982, prevê a determinação da plataforma continental jurídica (PCJ) para além das 200 milhas do mar territorial, "unindo, mediante linhas retas, que não excedam 60 milhas marítimas, pontos fixos definidos por coordenadas de latitude e longitude". (CNUM, art. 76, pág. 7). A importância da exploração do subsolo marinho para o Brasil está na definição de zona econômica exclusiva (ZEE) como situada além do mar territorial e que não exceda as 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Trata-se de faixa potencial em exploração de módulos minerais, petróleo e gás natural.



Resposta em verde: resposta com o conteúdo mínimo esperado (50%)

Resposta em azul: resposta completa (100%)

Nenhum comentário:

Postar um comentário