Talisson Henrique Glock tem 18 anos, pratica natação há nove, mas só há quatro passou a competir, o que o levou a ser chamado para integrar a Seleção Brasileira dois anos atrás. Todos esses números podem ser redirecionados a apenas um, icônico, para o qual o atleta, vítima de um acidente com um trem na infância, mantém o foco: 2016. O jovem nadador se tornou uma das esperanças para a Paralimpíada do Rio de Janeiro.
O crescimento na carreira ficou evidente na quinta-feira, no Mundial Paralímpico de Montreal, onde conseguiu a medalha de prata nos 200 m medley S6, prova que deve ser sua principal em 2016. Para isso, quebrou o recorde das Américas duas vezes – primeiro nas eliminatórias, depois na final -, com 2min44s85. “Vou continuar treinando para essa prova, que é uma das minhas melhores. A outra é os 100 m costas. Estou entrando para o borboleta também”, disse, animado.
Talisson começou a praticar natação aos 9 anos de idade porque sua mãe, preocupado, não o queria enfurnado dentro de casa após um acidente com um trem em Joinville, cidade onde nasceu e cresceu. O garoto foi atropelado nas proximidades da escola e teve braço e perna direita amputados. Não se sabe ao certo o que aconteceu. “Eu não lembro. Só posso falar o que minha mãe me conta”.
Ela foi alertada do ocorrido por um amigo de Talisson, que o viu preso entre os trilos e o trem ao sair da escola, localizada ao lado da ferrovia. “Quando minha mãe chegou, o trem ainda estava em cima de mim. Passaram oito vagões em cima do meu corpo”, explicou o atleta, que perdeu muito sangue e só não morreu pela rapidez da equipe do PA 24 horas (Pronto Atendimento) da cidade.
Talisson ficou 23 dias internado, e depois, em casa, começou a fazer uma recuperação que definiu como “rápida”. Quanto à natação, o talento apareceu rapidamente também. “Vi que levava jeito e, um ano depois, já estava no Estadual, no Brasileiro”, contou. Atualmente, já não mora mais próximo à ferrovia: faz parte do Time São Paulo, mas treina no Rio de Janeiro. “É meio indefinido”, afirmou, aos risos. O que se espera é que, em 2016, esteja mesmo na cidade carioca para a Paralimpíada, já que alimenta chance de medalha de ouro: “acredito que dê, sim”.
O repórter viajou a
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