terça-feira, 26 de maio de 2009
Tecnologia - Miss Ceará e a tecnologia que permite que surdos conversem pelo celular
tecnologia avança e facilita a vida das pessoas. Agora são os portadores de deficiência auditiva que passam, a partir de agora, a usufruir as facilidades proporcionadas pela telefonia móvel. Até agora os deficientes auditivos só podiam se comunicar através da linguagem dos sinais. A tecnologia 3G vai permitir a comunicação, também, através da vídeo conferência.
Foto:Dório Victor
Através da videoconferência, portadores de deficiência auditiva falam por sinais.
Dório Victor e Leopoldo Godoy do G1
Através do serviço de videoconferência, portadores de deficiência auditiva conseguem conversar pelo celular.
Somente há poucos meses o funcionário público Alexandre Lopes Pinto, 42 anos, começou a utilizar o telefone celular para conversar com seus amigos e parentes. Mas quem acha que ele estava “parado no tempo” está errado.
Alexandre, que mora no Rio, é portador de deficiência auditiva. Ele consegue falar pelo celular através do sistema de vídeoconfência, que o permite conversar em tempo real pelo aparelho.
“Só com o vídeo é que eu pude conversar em tempo real com outra pessoa pelo celular, porque eu utilizo a linguagem dos sinais. A pessoa tem que me ver para entender a mensagem”, disse Alexandre.
Os repórteres Alexandre e Nelson simulam uma conversa utilizando o serviço de videoconferência
(Foto: Dório Victor / G1)
O novo serviço é oferecido pelos telefones celulares que possuem a tecnologia 3G. Alex conta que, antes, os deficientes auditivos se comunicavam pelo celular através das mensagens instantâneas, mas tinha um grande problema.
“Para a maior parte dos deficientes auditivos, o Português é a segunda língua. A primeira é a Libras (Linguagem Brasileira de Sinais). Então, para muitos, existia a dificuldade de escrever corretamente frases longas, o que trazia transtornos e constrangimentos”, disse.
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Para Miss Ceará, surda desde o nascimento, ‘é um grande salto’.
Para ela, tecnologia vai facilitar comunicação
Segunda colocada no concurso Miss Brasil 2008, a Miss Ceará Vanessa Vidal é deficiente auditiva desde que nasceu. Para ela, o 3G é um grande salto, porque possibilita uma comunicação natural, sem intervenção de terceiros, por meio de videoconferência, facilitando a vida dos surdos em geral.
Vanessa Vidal é deficiente auditiva desde que nasceu: para ela, tecnologia facilitará o diálogo. (Foto: Divulgação)”É importante que esse sistema seja divulgado para todos os surdos e que todos possam usufruir dessa tecnologia, independentemente da sua classe social. Nós, os surdos, agradecemos esse grande avanço, pois ele facilitará o diálogo entre pessoas surdas e mesmo com aquelas que não tenham problemas auditivos”, explica a Miss Ceará, ressaltando que não utiliza o serviço porque ainda não é disponível em seu estado.
Para o ator Nelson Pimenta, 44 anos, que também é portador de deficiência auditiva, a nova tecnologia mudou bastante a sua vida. “Agora posso me comunicar diretamente com meus amigos e familiares”, disse. No entanto, ele considera um pouco caro o valor das ligações.
“Já gastei mais de R$ 250 em videochamadas, e não foram muitas”, disse.
Para muitos, o valor dos planos telefônicos que incluem este tipo de serviço também pode ser considerado um pouco oneroso. Por exemplo, um pacote de ligações de R$ 84,90 dá direito a apenas dez minutos de videochamada.
“Acho que poderia ter um desconto para os portadores de deficiência auditiva. Deveria ser criada uma lei para isso, porque este serviço é essencial para a nossa comunicação”, opina.
Vídeo é o “eldorado”
O telefone celular com tecnologia 3G, que permite a videoconferência entre os usuários, é a mais nova ferramenta para facilitar a comunicação dos portadores de deficiências auditivas.
Antes disso, no entanto, já havia outros produtos voltados para este público.
O mais popular é o TDD, sigla em inglês para “equipamento de telecomunicação para surdos”. Trata-se de um aparelho que, conectado ao telefone, transforma as frases ditas pelo interlocutor em mensagens escritas.
Dotado de um teclado e uma tela, também é possível digitar uma mensagem para outro usuário de TDD, ou ainda digitar a mensagem e transformá-la em voz para que seja ouvida pela pessoa do outro lado da linha.
Outra opção é o programa gratuito Rybená. Instalado em telefones celulares, ele permite que sejam enviadas mensagens na Linguagem Brasileira de Sinais. Ao receber o torpedo, em vez de texto, o portador de deficiência auditiva verá as mensagens em animações da língua de sinais.
No exterior, empresas também investem na criação de telefones especiais para quem tem perda parcial da audição. Além da consagrada tecnologia do ‘vibrafone’, que faz o aparelho vibrar em vez de tocar quando é recebida uma ligação, esses aparelhos incorporam correções automáticas de volume e tom para facilitar a audição.
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