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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade (DDAH)


VOCE QUE É PROFESSOR(A) E TRABALHA COM PESSOAS COM HIPERATIVIDADE, VEJA ESTE LINK :

http://www.geocities.com/Heartland/Village/8635/espectro/ddah.html

(ATENÇÃO - O DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO NAO ESTÁ NO ESPECTRO AUTISTA, MAS UM AUTISTA PODE APRESENTAR HIPERATIVIDADE )

O distúrbio (tambem chamado desordem ou síndrome) de déficit de atenção com hiperatividade (DDAH) está mais próximo do que se pensa. Segundo estudos americanos, cerca de 1/3 da população mundial padece desse mal, em maior ou menor grau. Mas, afinal...o que é isso ? Inicialmente, a palavra do dr. Paul Elliott,especialista de Dallas : não é déficit, doença ou desordem. É apenas uma forma diferente de pensar. E isso ocasiona ao seu portador graves dificuldades de relacionamento : são em geral inquietos, agitados, distraídos, desatentos, impulsivos, não costumam terminar os ( mil ) projetos em que, entusiasticamente, se engajam...
Quando crianças, seu comportamento em ambiente escolar costuma ser notado desde o primeiro momento em que entram na escola : tem a atividade motora muito acentuada e suas atitude inadequada frequentemente dispersa a concentração dos colegas, disso resultando dificuldades de inserção social. Adicionalmente, a esses problemas associam-se outros (por exemplo, baixa auto-estima, depressão ) que podem afetar significativamente a performance desses estudantes.
E, como auxiliar, no ambiente escolar, uma pessoa com essas características por si só tão difíceis ? Algumas medidas simples de eficácia comprovada podem ser tomadas pelo educador, que facilitam sobremaneira o ensino desse indivíduo, bem como manutenção da ordem em classe :

- Olhe sempre nos olhos - Voce consegue "trazer de volta" uma criança DDAH através dos olhos nos olhos (eye contact). Isso ajuda a evitar a distração que prejudica tanto estas crianças ;

- Organizar as carteiras em círculos, ou em forma de U, ao invés de fileiras - facilita o contato e particularmente o "eye contact" com os demais membros da classe, (geralmente é membro ativo " da turma do fundão ", não podendo visualizar os olhos dos companheiros de estudo, aumentando sua dispersão);

- Cuidado com as cores - O estímulo multi-colorido costuma deixá-los mais excitados e menos atentos ainda, devendo ser evitadas cores fortes no ambiente (do espectro vermelho e amarelo), inclusive na vestimenta da criança (Tanganelli, 1994) ;

- Usar recursos e formas de apresentação não habituais - crianças com DDAH adoram novidades; explorar o seu cotidiano e fazer disso motivo para uma aula posterior ou mesmo criando um "gancho" na aula atual costuma ser muito proveitoso.

- Utilizar metodologia preferencialmente visual - As crianças DDAH aprendem melhor visualmente que por outros métodos, portanto escreva palavras-chave ao mesmo tempo que fala sobre o assunto ;

- Estimular a criatividade - Propor tarefas que exijam a criatividade do aluno (explorar, construir, criar) e não passivas (questionarios com respostas tipo assinalar a correta );

- Ser claro e objetivo ao definir as regras de comportamento dentro da sala de aula - criar, juntamente com os alunos, um código de conduta (simples, com poucas palavras, para facilitar a memorização ) e escrever em uma tabela SEMPRE VISÍVEL afixada na parede ;

- Repita e repita as diretrizes - Como dito acima, as pessoas com DDAH necessitam ouvir as coisas mais de uma vez, pois são profundamente visuais, aprendendo com mais facilidade quando as coisas são apresentadas da forma visual ;

- Fornecer com antecedência (preferencialmente no final do dia anterior) um programa com as atividades do dia a serem executadas (DuPaul & Stoner, 1994) - As crianças com DDAH necessitam de um ambiente estruturado. Faça listas, tabelas, lembretes, apresente o programa das aulas do dia no final do dia anterior, pelo menos informe o assunto da aula do dia seguinte antes do término da aula anterior, pois essas crianças necessitam de diretrizes, organização, regras claras, definidas e ESCRITAS (eles fixam melhor o que conseguem ver) ;

- Ao dar instruções para a classe, solicitar que o aluno com DDAH repita para toda a classe - Isso dar-lhe-á duas oportunidades : de que tenha certeza de ter entendido o que é esperado dele ( e dos demais ) e ter sua auto-estima ( em geral extremamente baixa ) reforçada ;
- A memória é um grave problema para eles - Ensine mnemônicos, quadrinhas, dicas, rimas, pois eles tem problemas com a Memória de Trabalho Ativa ( Levine, 1995) e esses processos ajudam sobremaneira a aumentar essa memória ;

- O desafio costuma motivar o portador de DDAH - Deve então o professor estabelecer de antemão com o aluno qual a tarefa a ser feita, quando será considerada concluída e quais os pontos para isso (check-list a ser verificado no final da mesma). Isso dará aos poucos ao portador de DDAH formas de lidar com sua ansiedade, e falhas de terminar as tarefas a que se propõe, pois em geral ele concebe projetos grandiosos demais, os quais não consegue finalizar ;

- Elogiar o aluno com constância - NÃO APENAS QUANDO ELE TERMINA A TAREFA, mas DURANTE o transcorrer da mesma, INCENTIVANDO o seu término, uma vez que para o aluno com DDAH o CONCLUIR a tarefa é bastante difícil, exigindo quase o triplo de concentração (praticamente inexistente) que os demais...

- Estabelecer para o aluno com DDAH tarefas de conclusão rápida - Inicialmente, para que este comece a finalizar adequadamente as tarefas, e, aos poucos, ir inserindo maior complexidade e maior duração 'as tarefas dele exigidas, visto que o aprendizado de organizacão para essas pessoas é extremamente penoso ;

- Divida as grandes tarefas em tarefas menores - Isso possibilita 'a criança a vislumbrar que a tarefa PODE ser terminada, algo que é extremamente difícil para os portadores de DDAH, possibilitando ao professor trabalhar a capacidade da criança, geralmente minimizada por ela (baixa auto-estima...) além do que evita acessos de fúria pela frustração antecipada de não terminar a tarefa em crianças menores, e as atitudes provocadoras dos maiores ;

- Utilize uma agenda de contato com a família - Isso facilita a troca de informações, pois os únicos momentos de contato (quando existem) entre professores e pais são os horários de entrada e saída dos alunos. E, convenhamos, não são os momentos mais adequados para trocar informações tão valiosas e individuais...

- Utilizar exercícios físicos - Exercícios (até um enfoque de psicomotricidade) auxiliam sobremaneira o portador de DDAH, pois ajudam a liberar o excesso de energia, concentrar a atenção em um objetivo facilmente entendido e visualizado ( correr até a linha vermelha), estimular a fabricação de endorfina, além de ser muito divertido.

- Não deixe que a panela de pressão exploda - Propicie uma válvula de escape como, por exemplo, sair da sala de aula por alguns instantes, (isso se for permitido pela direção da escola) indo buscar algo na classe vizinha, dar um recado para alguem que se encontra fora da sala de aula, (inicialmente entregar um bilhete a uma pessoa, pois eles esquecem o recado a ser dado ), ir ao banheiro, pois isso fará com que ele deixe (sob controle) a sala e não fuja dela, além de começar a aprender meios de auto-observação e auto-monitoramento.

(artigo enviado para publicação no jornal TODODIA de Americana SP, baseado na bibliografia abaixo )

Bibliografia :

Barkley, R. A., 1990 - Attention-deficit hyperactivity disorder: A handbook for diagnosis and treatment. New York: Guilford.

Dimenstien, Gilberto, 1997 - Como lidar com alunos agitados e dispersivos - Coluna Aprendiz do Futuro

DuPaul, G.J., & Stoner, G., 1994 - ADHD in the schools: Assessment and intervention strategies. New York: Guilford.

Hallowell, Eduard M. e Rotey, John J, 1992 - 50 dicas para administração do déficit de atenção em sala de aula - CHADD

Levine, Mel, 1995 - Memória de Trabalho Ativa

Tanganelli, Maria do Sacramento L., 1994 - A Criança Hiperativa - artigo jornal O Liberal - Americana SP.



Link para lista de artigos em portugues sobre DDA
http://www.geocities.com/Heartland/Village/8635/espectro/dda.html



# Mitos e verdades entre TDAH e Dificuldades na Aprendizagem - uma proposta para inclusão escolar e social com Fábio Barbirato

O transtorno de humor bipolar e o transtorno de déficit de atenção hiperatividade (TDAH) são patologias graves, de evolução crônica e que geram forte impacto social, familiar e educacional. Por compartilharem sintomas comuns e freqüentemente se apresentarem na forma de comorbidade, o diagnóstico diferencial dos transtornos torna-se difícil e fundamental, visto que medicamentos utilizados no tratamento do TDAH podem agravar a bipolaridade em crianças não tratadas com estabilizadores de humor.

São encontradas taxas que variam de 60 a 90% de diagnóstico de transtorno de déficit e atenção/hiperatividade em crianças e adolescentes com bipolaridade. Crianças com ambos os transtornos têm um curso mais grave. São indivíduos com taxas maiores de sintomas psicóticos, depressão, problemas escolares, hospitalização, fenômenos de ansiedade e disruptivos.

A criança com sintomas clássicos de mania e TDAH deve iniciar o tratamento através de estabilizadores de humor, visto que o impacto dos sintomas maníacos é maior do que dos sintomas de TDAH. Se os sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade persistem após a estabilização do humor, pode-se preconizar o tratamento para o TDAH através de psicoestimulantes. Novos estudos sobre a genética dos transtornos, sua clínica e recursos terapêuticos ainda são necessários.

Fábio Barbirato
Chefe do Setor de Neuropsiquiatria Infanto-Juvenil da Santa Casa de Misericórdia do RJ. Professor da PUC – RJ ( Especialização em Psiquiatria).Professor da Faculdade de Medicina da Fundação Técnico Educacional Souza Marques.

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