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terça-feira, 26 de maio de 2009

EDUCAÇÃO E SAÚDE SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SURDOS


Para Miss Ceará, surda desde o nascimento, ‘é um grande salto’.
Para ela, tecnologia vai facilitar comunicação.

Segunda colocada no concurso Miss Brasil 2008, a Miss Ceará Vanessa Vidal é deficiente auditiva desde que nasceu. No Ensino, as questões relacionadas à sexualidade têm sido trabalhadas, durante estes anos, na sala de aula. No caso de alunos menores, o assunto era tratado pelo próprio professor da classe, com a supervisão do Orientador Educacional. No caso de adolescentes, o tema era abordado por professores com os quais eles manifestavam uma relação de maior afinidade e confiança. Os temas abordados eram introduzidos e aprofundados, na medida em que o próprio grupo desencadeava questões de seu interesse, o que não acontecia com frequência. Reflectindo sobre a importância de se criar um espaço para abordar estas questões, em virtude também da nossa realidade social actual, haja vista o crescente número de casos de sida e gravidez entre adolescentes, viabilizamos então a proposta de inclusão deste tema no currículo escolar, a partir dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais, que vieram não só confirmar esta necessidade, mas também orientar professores e a equipa pedagógica na sistematização deste projecto. A escolha do profissional escolhido para este trabalho foi determinada a partir de um perfil que, além do vínculo afectivo com esta clientela, também incluísse a formação em Orientação Educacional e experiência com adolescentes. O Programa de Educação e Saúde Sexual tem como objectivos principais possibilitar ao aluno, a partir dos valores que trazem de casa, não só acalmar as suas ansiedades, conhecendo o seu corpo, conferindo os seus sentimentos e pesquisando informações para as suas dúvidas e conflitos, mas também favorecer a reflexão sobre a sua sexualidade de uma forma mais ampla, possibilitando assim o exercício da sexualidade de forma mais respeitosa e prazerosa. Cabe ao educador responsável por este trabalho informar, promover debates, reflexões e investigações sobre variados temas, bem como possibilitar a ampliação do conhecimento do aluno a respeito das diferentes culturas e valores existentes nos diversos grupos sociais, levando-o a questionar opções e tornando-o capaz de escolher seu próprio caminho. Respeitando a diversidade dos grupos enquanto maturidade física, cognitiva e emocional, este trabalho vem sendo desenvolvido a partir das dúvidas e curiosidades trazidas pelos grupos, aprofundando-as e discutindo-as na medida em que vão surgindo. Temas como diferenças sexuais, concepção, fecundação e gravidez têm sido uma constante no trabalho com alunos pouco maduros, que ainda não têm manifestado interesse em debater a sua própria sexualidade. Já com alunos mais maduros, o foco de interesse encontra-se justamente em sua própria sexualidade. Têm surgido principalmente dúvidas quanto a relação sexual, virgindade, masturbação, anticoncepcionais, sida e gravidez. Temas como Doenças Sexualmente Transmissíveis, prostituição, intimidade e pornografia também foram abordados. Num clima de respeito e interesse entre o grupo, estes temas têm sido trabalhados através de diversas metodologias, entre elas: pesquisas, debates, leitura de materiais levados pelo grupo, confecção de materiais, filmes e troca de experiências entre as classes. As avaliações têm ocorrido durante todo o processo, quando o aluno pode manifestar-se oralmente ou por escrito sobre novos temas de interesse, dúvidas em relação ao tema trabalhado e sobre sua própria dificuldade ou não em participar de cada metodologia. Porém é consenso que este trabalho veio não só auxiliá-los em relação ao conhecimento de si mesmos e nas suas dúvidas, mas principalmente capacitá-los, a partir deste conhecimento, a discernir e optar por aquilo que consideram o melhor para si mesmos.

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